CLUBE DO LIVRO JUNHO

JUVENTUDE, de J. M. Coetzee, foi o livro escolhido para Junho do Clube do Livro Granja Viana do qual sou Mediadora. Se você mora na região, leia e participe do próximo encontro!
Leia a Resenha: Cenas da vida na província II
John está prestes a se formar em matemática, mas sua grande aspiração na vida é tornar-se um poeta. O problema é que a poesia - como as mulheres mais lindas e mais interessantes - não se entrega para qualquer um. Assim, o rapaz aguarda ansiosamente pelas experiências de vida que farão com que ele entre em contato com "o fogo sagrado" da inspiração poética e do verdadeiro amor.
É em busca desse ideal que ele abandona a turbulenta África do Sul dos anos 1960 e vai para Londres. Tudo o que arranja na antiga metrópole, porém, é um tedioso emprego de programador de computadores. Além de uma ou outra namorada, que nunca está à altura das grandes paixões que ele imagina serem necessárias para que um homem seja tocado pela chama da arte e da poesia.
Juventude é um dos romances autobiográficos de J. M. Coetzee, no qual ele reconstrói com crueza e bom humor seus ideais juvenis. Vencedor do Prêmio Nobel em 2003, o autor se volta aqui para a memória pessoal, com a mesma força narrativa de seus outros livros: frases curtas e certeiras, sem nenhuma afetação, desenhando personagens que vão crescendo e se tornando mais complexos a cada parágrafo. Juventude é o segundo volume das Cenas da vida na provícia, cuja primeira parte, Boyhood, foi publicada no Brasil com o título Cenas de uma vida.
Para a ficção autobiográfica, o gênero indicado é o chamado "romance de formação": a narrativa das experiências pessoais e estéticas de um jovem herói que, por meio delas, recebe a recompensa do sofrimento, de um lado, e do talento artístico, de outro. Coetzee não segue outro caminho, exceto por um detalhe. Juventude não é a narrativa das experiências de John, e sim de sua ânsia por experimentá-las, bem como de sua consciência de que elas não têm sido muito generosas com ele: sua vida não se afasta do nível da banalidade comum.
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